Uma velha bonita. Fonte: Unsplash «Lares», esses sítios para onde vão, para onde são enviados os idosos, os séniores — ah... o eufemismo na palavra... e que palavra... com veneno sibilante da serpente: a linguagem. Não gosto da ideia de lar e esta implicância começa na hipocrisia do nome. Para ir para um lar é necessário sair-se do seu. Os lares podem ser (são certamente) importantes para muita gente, mas posso não gostar deles? Para mim, o lar é um sítio asséptico e descaracterizado, em que o que devia ser amor e mimo se substitui por normas sensatas; onde prepondera a atitude temperada e as atividades têm sempre um odioso propósito qualquer... Julgo que o lar infantiliza os velhos ao «obrigá-los» a fazer ginástica ou uma coisa chamada «terapia do riso». Destitui-os dos vícios e das manias que a idade implantou, endureceu neles, ao seguir a máxima de que o que é bom para todos será bom para cada um deles. Eu, que imagino os velhos como pessoas cravadas pelo t...
Conheça um pouco melhor os interesses e a imaginação que habitam a Escrivaninha.