Ilustração de José Manuel Sousa Eram dez horas, mas o calor já apertava. Estava «uma tosta» — como dizia a menina nortenha que se sentara com a família, mesmo junto ao nosso posto de observação e cujo corpo redondo quase não cabia no seu fato de banho amarelo. Àquela hora a Meia Praia ainda não tinha muita gente, mas certamente que o espaço entre os coloridos chapéus-de-sol diminuiria em breve, já que o sol brilhava com intensidade, o vento não soprava com demasiada força e a manhã prometia ser, no mínimo, radiante. Nós, éramos três — o que tornava o acampamento fácil de montar. Por isso, foi com rapidez e perícia que deixámos tudo no lugar e caminhámos lentamente para a beirinha da água. Naquele dia, as ondas rebentavam com uma firmeza delicada, um pouco antes dos tornozelos dos velhotes e dos joelhinhos das crianças que ali se acumulavam, ultrapassando, sem dificuldade, a zona de rebentação para aquela zona calma onde já todos nadavam sem dificuldade. Nadámos também n...
Conheça um pouco melhor os interesses e a imaginação que habitam a Escrivaninha.