Canção bucólica I
Ilustração de Maria Monteiro |
O odor dos prados omnipresente e são
nos quartos, dentro de casa
fora, por entre o pêlo baço do cordeiro manso.
E uma charrua apazigua a terra,
um melro debica uma couve vigorosa.
um melro debica uma couve vigorosa.
Cozem-se batatas e o seu bafejo quente
toma-nos o corpo cansado.
O badalo terno de um trémulo cabrito rumoreja.
A noite repousa no adro da casa.
A noite repousa no adro da casa.
Ciprestes sucumbem ordenados.
Silentes o rio e as suas trutas
nem grilos cantam sobre o nosso sono esparso.
Há só a casa
e a suspeita de um deus em vigília,
à porta dela.
Há só a casa
e a suspeita de um deus em vigília,
à porta dela.
Elsa Alves
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