O peculiar verbo haver




O verbo haver é um verbo peculiar que muitos de nós não conjugam correctamente. Por isso, no 100 erros de hoje, vamos tentar dissipar as dúvidas que sobre ele recaem.
Se, como na grande maioria dos verbos, a conjugação se torna sempre uma lengalenga escolar — como, por exemplo, em «eu canto, tu cantas, nós cantamos, vós (este, saudoso!) cantais, nós cantamos, eles cantam» — , no verbo haver há só uma destas formas.
Obviamente que tal não se aplica quando o verbo haver é auxiliar, como acontece nas frases seguintes, e que referimos a título de exemplo:
a) Eu hei-de ser bem-sucedido!
b) Eles hão-de considerar essa hipótese.
Porém, quando o verbo haver é verbo principal, conjuga-se apenas na 3.ª pessoa do singular, mesmo que o objecto directo a que se refira seja uma expressão no plural, tal como provam os seguintes exemplos:
A)  folhas por todo o lado.
B) Houve reis gordos.
C) Havia uma fila enorme
D) Haverá planetas com vida no sistema solar?
E) Haveria mais chocolates, se não comesses tantos!
Contudo, se todos sabemos perfeitamente que devemos conjugar o verbo haver na 3.ª pessoa do singular, em frases como a A), no Presente do Indicativo, por outro lado, quando o verbo se encontra, como na frase B), no Pretérito Perfeito Simples do Indicativo, alguns de nós chacinam o verbo haver sem dó nem piedade.
Deste acto facínora surgem, inevitavelmente, «não frases» como «Houveram, noutros tempos, Trex assustadores», ao invés da versão correcta: «Houve, noutros tempos, Trex assustadores».
Infelizmente, é um erro crasso e não tão escasso assim! Por isso, lembrem-se que houve e  verbos, como o haver, que merecem, antes de os escrevermos, uma ponderação maior.
Escrivaninha

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